É assim que vejo Chico Buarque: o maior. Desculpem-me todos os outros grandes – e são muitos – da MPB, mas a maestria de Chico, pra mim, é insuperável. O documentário “Chico – Artista Brasileiro”, de Miguel Faria Jr., só comprova isso. Mesmo não conseguindo mostrar um décimo do que tem sido a obra dele.

O documentário conta um pouco da vida de Chico, sua obra musical desde os tempos dos festivais, o exílio na Itália, a peleja contra a censura, a volta, a consolidação como o nome definitivo, as relações com outros músicos e artistas, a migração para a literatura, o sucesso em qualquer campo em que atue.

Curioso ver Tom Jobim, o maestro soberano, enumerar as áreas que Chico domina: a melodia, a letra, a harmonia, o ritmo, os arranjos, tudo ele sabe, conhece, faz bem.

A par disso, a conversa de Chico é inteligente, engraçada, política sem dogmatismo, esclarecedora, iluminadora. Tenho a suprema pretensão de me identificar com ele quando ele explica a matéria de sua literatura (memórias reais, memórias inventadas, mistureba de realidade e ficção…) e quando fala do ofício solitário do escritor.

A identidade maior de Chico, porém, é com o Brasil, com a geração que lutou tanto pela democracia e que tem nele uma inspiração. Artista e cidadão coerente, firme, íntegro. O artista brasileiro.

Beijocas!

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