É interessante que, sendo uma das atividades culturais às quais mais me dedico, a literatura ainda esteja pouco presente neste espaço, tão menos que o cinema, por exemplo. E olha que leio mais livros do que vejo filmes. Talvez porque escreva sobre todos os livros no jornal, e sobre os filmes nem sempre, fique algum cansaço. Acaba que falei aqui mal de um livro horrível que li, e acho que bem, quase nada. Então, lá vai: acabei de ler outro dia uma obra-prima de um Nobel, o J.M Coetzee (sul-africano), À espera dos bárbaros. Trata-se de uma alegoria sobre um posto fictício de fronteira, para onde o Império envia tropas para reprimir os vizinhos bárbaros. A violência da civilização, a intolerância com o diferente, o exercício do poder de forma corrupta e irracional são apenas alguns aspectos do ótimo romance. A escrita dele, em si, é da melhor qualidade, o que faz de sua leitura algo envolvente, comovente. É da Companhia das Letras.
Beijos literários!
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