Numa programação rica no que há de melhor em termos de MPB vinda do Nordeste (Zé Ramalho, Marinês, Genival Lacerda), a Feira de Agricultura Familiar e Reforma Agrária, que ocupou na semana passada o Expobrasília, recebeu no sábado o pernambucano Antônio Nóbrega para mais um momento inesquecível. Cantor, compositor, violinista, bailarino, pesquisador, animador, palhaço, showman, Nóbrega domina como ninguém a arte de despertar no público a paixão pela cultura nacional. Discípulo de Ariano Suassuna desde os tempos do Quinteto Armorial, hoje se incumbe de difundir o frevo centenário ? o aniversário tem data marcada, fevereiro de 2007, daí o nome do próximo disco dele, 9 de frevereiro, assim mesmo, com erre depois do efe, que ele promete lançar também por aqui. Num apanhado de sua carreira, tocou, cantou e dançou coisas de seus vários discos, como Pernambuco falando para o mundo, Madeira que cupim não rói, O marco do meio-dia e Lunário perpétuo, entre outras. Além do frevo, celebrou ritmos como coco, maracatu e ciranda, não deixando ninguém ficar parado. Nem parecia que a noite de sábado, no Parque da Cidade, não marcava mais um momento do frio inverno brasiliense. O público pulou sem parar, seguindo o comando de um mestre da alegria e do talento popular nacional. E fora da tenda do show, a feira ainda por cima oferecia delícias culinárias de todas as regiões, além de preciosidades do artesanato. (Publicado no caderno Pensar do “Correio Braziliense” de 1º de julho de 2006)
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