Abobrinhas ao vento

Trabalhei com Ana Mariah Soares durante três anos na assessoria de comunicação do Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome (MDS). Nós e uma turma de profissionais incríveis, gente tão séria e divertida que até hoje, passados dez anos, mantemos a amizade e o convívio. Seriedade inspirada pela missão que desempenhávamos na construção de uma sociedade mais justa, diversão amparada no temperamento jocoso e inteligente daquele coletivo.

Ana me dava carona praticamente todos os dias. Éramos vizinhas. Voltávamos da Esplanada contando casos, rindo, filosofando. Paramos de conviver no dia a dia porque ela voltou pra sua terra natal. Depois que parei de ler suas matérias de trabalho, porém, é que descobri o texto saboroso e divertido que ela expunha, timidamente, nas redes sociais.

Suas crônicas eram iguais a ela: engraçadas, irônicas, inteligentíssimas, mal-humoradas pra fazer graça. E lindas. Porque, lado a lado com a troça, Ana faz poesia. Observa com sensibilidade, com olhar amoroso, personagens e cenas ao seu redor. A família, a saudade dos que se foram, as vivências aprendidas, a injeção de fé e alegria proporcionada pela neta Bebella, herdeira direta da verve da avó.

Claro que as tiradas da Ana tinham que virar livro. Todos que a liam sugeriam a mesma coisa. Então, Ana Mariah, a pedidos de seu público leitor, a Outubro Edições tem a honra de apresentar “Chegou a xilitoca!”, reunião de algumas das melhores crônicas da nossa loura má, da nossa musa inspiradora de tanto humor e amor. Vocês vão adorar!

Clara Arreguy, jornalista, escritora e editora