Ando muito relapsa quanto aos meus comentários culturais neste blog, mas juro que é por falta de tempo. Tanto que deixo pra começar minha atualização no sábado quase à meia-noite.
Mas vamos lá: sem muito alarde, um novo Woody Allen passa pelos cinemas trazendo o cineasta nova-iorquino na veia boa, em que poucos como ele conseguem desnudar a natureza humana. Joaquin Phoenix (foto) estrela “Homem Irracional”, no papel de um professor de filosofia decadente e sem horizontes, entregue à bebida e à impotência, até que a possibilidade de agir em favor de uma pessoa indefesa lhe devolve a energia vital.
Só que a ação positiva que descobre é nada mais nada menos que cometer um assassinato, um crime perfeito. Em tom de tragédia grega, os acontecimentos se sucedem de tal maneira que tudo só pode dar errado na tosca tentativa do filósofo de devolver sentido a uma vida vazia.
Nas relações com uma professora bastante disponível e com uma aluna que resiste até se entregar à paixão, as questões éticas e existenciais vão sendo colocadas de forma sutil, numa trama perfeitamente amarrada, tensa e ao mesmo tempo com doses de humor – ou humor negro…
Belo filme, de um diretor que não tem mais onde ser maduro e feliz em suas construções. Nem preciso falar que os atores sob sua direção exercitam o que têm de melhor, e “Homem Irracional” não é exceção a essa regra.
Beijos!
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