Recebi pelos correios o livro “Meu filho é esquizofrênico”, de Maione Rodrigues Batista e Vilma Fazito (Água Branca Editora), comecei a ler na manhã de sábado e só parei ao fim das 128 páginas, no sábado à noite. Tamanha a dramaticidade da história e, mais que isso, a capacidade da narrativa de prender o leitor e não deixá-lo se distrair antes do ponto final.
Vilma Fazito, jornalista das mais competentes e sérias com quem já trabalhei, redigiu o relato tocante de Maione, mãe de Djalminha, um dos personagens principais da narrativa. Após meses de entrevistas e conversas, Vilma conseguiu entrar totalmente na história de uma família marcada pela violência e pela carga de tantas pessoas com sofrimento mental, históricos de toxicomania, suicídio e outras tragédias como essa.
Ao final, após se identificar com Maione, se revoltar, se indignar, se compadecer e passar por todos os graus de sofrimento que ela experimenta, fica ao leitor a admiração por essa mulher que nunca desistiu de construir as soluções para sua vida, ainda que isso custasse mais e mais dores.
Diante da falta de alternativas para o tratamento do filho, ela decide criar uma casa de apoio para pessoas com transtornos mentais como os do filho e de outros parentes, tornando-se, ela própria, senão solução para o problema, um dos meios de atenuar a falta de perspectiva de familiares e profissionais da área.
Um livro triste, doído, sofrido, mas sem excessos melodramáticos, de leitura cativante, um texto primoroso, sem senões.
Beijos!
Clara,
Agradeço pela leitura, pela análise — você enxergou o livro como eu o vejo — e pela postagem aqui no seu blog. Valeu mesmo! Bjks.
Sensibilidade e perspicácia da Clara. Que minha história já perdoada a quem muito me fizeram sofrer sem ter culpa, possa ajudar tantas outras Maiones.