Guilherme Canever é um viajante inveterado. Já rodou meio mundo, sem força de expressão. Tem vários livros publicados sobre suas viagens, mas as que compõem esse lançamento que acabo de ler são especiais: “Uma viagem pelos países que não existem” (editora Pulp).

Com faro de jornalista, tique de sociólogo, jeito de historiador e coração de humanista, o autor faz uma viagem real, que é também política e humana, por diversos países que lutam por se afirmar junto à comunidade internacional, mas que só obtiveram até agora reconhecimento de pequeno número de nações.

Alguns são conhecidos e casos notórios, como a Palestina ou Taiwan, que disputam, respectivamente, com Israel e China o direito à soberania e independência. Mas há outros dos quais pouca gente terá ouvido falar, como Ossétia do Sul, Transnístria ou Abecásia. Alguns são antigas repúblicas da região da União Soviética, outros formados de disputas entre povos da África. De qualquer maneira, a maioria dos visitados vive situações de pós-guerra, problemas econômicos e de fronteiras.

Para gente curiosa sobre o mundo em que vivemos, o livro de Canever traz muita novidade, fatos e fotos de lugares e gentes esquecidos pelo próprio tempo. Um apelo pequeno, mas eloquente, à atenção do planeta, tão ocupado com problemas aparentemente mais urgentes…

Um problema no livro é a diagramação de fundo escuro e letras pequenas, que dificulta a leitura de míopes como eu. Outro, as fotos pequenas e sem legenda de identificação. Tirando isso, o livro é excelente, leitura que não se quer largar antes de saber tudo que há sobre Tibete, Curdistão, Caxemira, Somalilândia e todos os países desvalidos desse nosso planeta tão egoísta.

Beijos!