Custei a ver, mas amei Raul – O início, o fim e o meio, de Walter Carvalho. Meu ídolo desde 1973, quando ganhei seu primeiro disco, Krig ha bandolo!, Raul Seixas fez parte da minha vida como inspiração e piração. Ainda aos 14 anos, respondi ao professor que me chamou a atenção, criticando por me achar muito mudada: “Professor Abdala, eu prefiro ser esta metamorfose ambulante do que ter aquela velha opinião formada sobre tudo”.
Segui a carreira dele enquanto ele próprio teve carreira. À medida que foi decaindo em saúde física e mental, consumido pelas dores e pelas drogas, a obra de Raul Seixas foi perdendo parte do brilho. Não tenho os últimos discos, não sei de cor as últimas músicas.
Vê-lo no filme, na trajetória de sucesso e decadência, provoca dor, tristeza e saudade, mas renova a admiração por um artista brilhante, que mudou a MPB com criações imortais. O filme faz isso com respeito e humor, confronta ex-mulheres, amigos, parceiros. Em depoimentos inéditos, consegue até fazer Paulo Coelho assumir postura menos antipática e mais humana.
Um belo filme, digno do diretor, da equipe técnica e do homenageado.
Toca Rauuuuuuuuulllllllll!
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