Em “Segredo de Família” (Benvirá), o jornalista Wilson Rossato compõem um extenso romance dividido em duas partes: na primeira, meio à moda de “O Quatrilho”, acompanha os primeiros anos da emigração de sua família italiana para o Brasil, mais precisamente para a região de Caxias do Sul, onde a colônia se instalava com a ajuda do governo e começava a produzir uvas e vinhos. Na segunda parte do romance, à moda de “O Código Da Vinci”, o narrador vai a Roma em busca da verdade sobre os acontecimentos de 120 anos antes, quando uma tragédia teria caído sobre a alma da família.

Se a primeira parte tem a qualidade de contar um pouco da história do Brasil e da ocupação do território, com fortes denúncias sobre como eram tratados (e eliminados, para ser direta) os índios da região, ela peca por excesso de romantismo. Há, anunciado pelo autor, um personagem da saga familiar que não existiu, em meio a todos os outros, baseados e figuras reais. Mas nenhuma dica sobre quem seria o “inventado”.

Já a trama de suspense da segunda metade do livro sofre de falta de credibilidade, por envolver seita secreta com trânsito em todas as esferas da política, que não ficam claras, e não responder ao mistério que propõe durante todos os capítulos. Fica um desejo de entender melhor qual era a ameaça e em que isso influiria na vida nacional italiana, como alertado pelos personagens.

Abraços a todos!