Aí a pessoa em contenção de despesas fica sabendo que seu autor predileto, Philip Roth, acaba de ter novo romance lançado no Brasil. Aí a pessoa se diz: bom, um livro de vez em quando a gente tem que comprar. Aí a pessoa vai à livraria com a firme intenção de sair de lá com um livro. Um único. E sai com três.
Claro, A humilhação, de Philip Roth. Mais Invisível, de Paul Auster. E Menino do mato, de Manoel de Barros. Não pude evitar. São três do primeiro time, do meu primeiro time do coração.
O novo volume do poeta pantaneiro volta aos mesmos temas caros a ele e a seus deleitados leitores: a natureza, a palavra, a transformação que uma e outra fazem sobre a alma do homem feito menino, desde que menino era e até tornar-se o menino que será pra sempre. Formiga. Preciso dar um livro de Manoel de Barros para um amigo que faz tanto parte da terra quanto o poeta formiga.
E Roth, sempre Roth. A veia afiada para contar uma história como ninguém. Para mergulhar na alma de personagens como o ator de um dia para o outro despido da capacidade de atuar. E às voltas com a possibilidade de novamente amar. E novamente despido de qualquer possibilidade. Como escreve bem o Philip Roth! Como sua literatura desvenda fracassos, desastres, o que há de pior (e melhor) na alma dos seres confrontados com o tempo, com seu tempo e a inexorabilidade do fim do tempo!
Depois de Philip Roth, só mesmo Paul Auster. Mas este novo ainda não li. Depois eu conto.

Beijos mil!