Na época do lançamento do livro Roberto Carlos em detalhes, do jornalista Paulo Cesar de Araújo (Editora Planeta), eu ainda estava no jornal e andava muito sem tempo. Quando o livro foi proibido e retirado das livrarias pela Justiça, a pedido do biografado, corri numa loja e comprei o meu antes que ele virasse objeto de contrabando. Naquela ocasião eu andava sem tempo para ler uma obra de tal vulto – 500 páginas, em formato grande.
Agora, porém, pude fazê-lo. Demorei, o livro é realmente polpudo, com muitas informações, algumas fotos, muita admiração pelo Rei e muita franqueza para abordar todos os temas ligados a ele e sua história.
Talvez resida aí o motivo do pedido de proibição e recolhimento: o biógrafo, embora admirador confesso de Roberto Carlos e defensor dele em todas as polêmicas que lhe dizem respeito, não usou meias palavras para narrar tudo: do acidente em que ele teve parte da perna amputada às conquistas sexuais; das relações com amigos, parceiros, colegas de música e mulheres à religiosidade, à política, ao sucesso.
Roberto Carlos, Erasmo, a jovem guarda, a bossa nova, os anos 60, tudo é abordado com riqueza de detalhes, o que mostra tanto a grandeza quanto a humanidade do mito. Com tantas manias e lances de TOC (transtorno obsessivo-compulsivo), tem hora que Roberto até parece Michael Jackson. Mimado, medroso, mas genial, um artista acima dos demais, acima de seu tempo. Não precisava temer a biografia, tão favorável a ele e a sua trajetória. Um pouco mal escrita e mal revisada, mas fundamental para traçar a radiografia da música brasileira nos últimos 50 anos.
Beijocas!
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