Quando eu tinha meus 18 anos e entrei para a faculdade, a Fafich, homônima do livro que escrevi sobre o período e sobre nossa militância estudantil, um dos motivos de orgulho de nosso idealismo revolucionário era a luta dos sandinistas na Nicarágua. Tínhamos amigos que conheciam aquele país da América Central – inclusive meu irmão, Tostão, que havia ido lá anos antes – e amigos nicaraguenses que sonhavam voltar para engrossar a luta contra o ditador Anastacio Somoza e construir o socialismo por lá.
Por isso, foi com grande emoção que li o romance A insurreição, de Antonio Skármeta, volume que encontrei por acaso num sebo do centro de Porto Alegre quando por ali passeei em maio, nas férias. O chileno Skármeta é aquele mesmo autor de O carteiro e o poeta, que virou best-seller e filme.
Autor premiado, em A insurreição ele foca os personagens de uma vila nicaraguense durante a revolução, com personagens sublimes, heroicos, poeticos, humanos. Em narrativa que acompanha a gente simples de Leon, o escritor homenageia (e cita) pares como Pablo Neruda.
O romance é pura emoção, beleza épica, história viva de um episódio marcante do continente. E integra uma série (que não existe mais) da Editora Francisco Alves, a Coleção Latino-América, na qual conheci, alguns anos atrás, a obra do uruguaio Mario Arregui, meu quase irmão e talvez parente…
Besos!
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