Não sei por que não me espanta o fato de a Folha de S. Paulo ter furado todo mundo e divulgado o resultado do Festival de Cinema antes do combinado. Funciona assim: todo ano, o resultado sai muito tarde. Os jornais ficam com as edições abertas, fecham com atraso, para dar a notícia. Então a assessoria do festival libera o resultado um pouco antes para os repórteres mandarem para as redações, com o compromisso de não divulgarem antes do anúncio oficial.
Funcionava. Ontem à noite, o pessoal da Folha descumpriu o combinado e pôs no ar, pelo Uol, os vencedores. Lembram da “lei de Gerson” (gosto de levar vantagem em tudo, certo?). Durante muito tempo os brasileiros foram estigmatizados pela tal lei. Mas, como em tudo há movimentos em favor da ruindade e movimentos pelo crescimento do ser humano, acredito que andamos pra frente e que vamos aprendendo, cada vez mais, as leis da solidariedade, do compromisso, do aperfeiçoamento humano…
Alguns lutam por isso, outros querem mais que “os bobos paguem por sua bobiça”, como dizia meu pai.
Da minha parte, prefiro morrer boba.
Ah, por falar em cinema, não comentei a vitória do curta pernambucano Acercadacana, sobre a luta de uma posseira contra uma poderosa usina, que tenta a todo custo expulsá-la da terra onde vive há mais de 40 anos. Não é um filme extraordinário, mas o júri, pelo jeito, optou pela premiação política, pela denúncia, por tomar posição num conflito em que vidas estão literalmente em jogo. Tomou partido, o que não é ruim.
Beijins!
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