Já sofri muito nesta vida por causa do Cruzeiro, arquirrival do meu amado Galo. Mas confesso que pela primeira vez tive prazer com as glórias do inimigo. É que acabo de ler o livro Os dez mais do Cruzeiro (Maquinária Editora), de Cláudio Arreguy. Se você não me conhece, vai perguntar o que sou do Cláudio. Se me conhece, sabe que, mais que primo, o Cláudio é um irmão meu. Fomos criados juntos, temos a mesma profissão, afinidades profundas e históricas, admiração mútua e um afeto sem fim.
Mas não é por isso que gostei do livro. É porque é bom mesmo. Além de saber tudo de futebol, o Cláudio tem a bossa do texto na veia. Suas reportagens são pequenas biografias dos maiores ídolos daquele time de azul, com momentos de humor e de ternura. Sobretudo com humanidade e arte, o que faz do esporte a paixão que é para nós, brasileiros.
Tostão, Raul, Natal, Sorin, Alex, Nelinho e Piazza são alguns dos craques homenageados no livro. Que abre com Niginho, o único da era que antecedeu o apogeu cruzeirense, ainda no tempo do Palestra Itália. Niginho era ítalo-brasileiro e sua história carrega tons épicos, como num filme que vai à Europa da Segunda Guerra e retrata as famílias ameaçadas pelo fascismo. Cláudio faz isso com maestria. Vale o livro.
Beijos!
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