Acabo de ler o romance policial “A quinta mulher” (Companhia das Letras, 540 páginas), do sueco Henning Mankell, e nunca me canso das qualidades desse autor. É o mais recente dele a ser lançado no Brasil (2012).
Assim como outras feras do gênero, como o italiano Andrea Camilleri, Mankell construiu um universo de personagens tão envolvente que a gente se sente dentro da trama, dentro do Departamento de Polícia de Ystad, próximo e íntimo de seus colegas, chefes etc.
Por isso, compartilhamos as angústias e dúvidas do inspetor Kurt Wallander. Fatos de sua vida pessoal, a relação com o pai ou com a filha, a namorada e as amizades, tocam o leitor como se se tratasse de alguém de nossas relações.
“A quinta mulher” acentua as condições que levam Wallander a analisar como a violência em seu país – e no mundo todo, claro – entra em novo patamar. O que era aparência de evolução numa Suécia social-democrata esconde arraigados sentimentos de intolerância, com racismo e nazismo permeando tudo.
A escrita de Mankell é apaixonante, como seus personagens. Não dá pra perder nenhum.
Bom resto de carnaval!
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