Na linha de comentários em dupla que venho fazendo, assisti a dois documentários excelentes. O primeiro, “Que estranho chamar-se Federico Fellini”, de Ettore Scola, retrata a relação entre esses dois grandes cineastas italianos. Fellini foi o maior, em minha opinião, um ícone tão maiúsculo do cinema mundial que não tem sucessor nem correspondente em nenhuma outra cinematografia. Ele própria brinca, numa passagem do filme, com o fato de ter virado adjetivo – o que isso significaria?
Mesclando cenas reais com a encenação vivida por atores, Scola conta os primeiros passos de Fellini como colaborador de um jornal de humor, em Roma, onde chegou, vindo de Rimini, aos 19 anos. Fellini desenhava e escrevia, e logo começou a escrever para o teatro e o cinema. Trajetória similar teve Scola, que começou aos 16 anos no mesmo jornal, também desenhando e fazer humor. Ficaram amigos ali, compartilharam amizades e expectativas.
No documentário, Scola, apresenta trechos inéditos de filmagens nos lendários estúdios da Cinnecittà, onde foram gravadas obras-primas do homenageado, e ainda faz graça e poesia com outros personagens dessa história, como Marcello Mastrioanni (na foto com Fellini) – coloca a mãe do ator dizendo que ele ficava bonito nos filmes de Fellini e feio nos de Scola… E por fim edita séries de cenas antológicas de clássicos como “Amarcord”, “8 1/2”, “Noites de Cabíria”, “E la nave và”, etc. etc. etc.
Uma bela e justa homenagem, amorosa, a um dos deuses do cinema…
Beijus!
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