Admito que estou bem atrasada, pois o filme “Intocáveis” (foto de divulgação) já está em cartaz há meses, mas eu ainda não o tinha visto. Quase perco um dos melhores dramas recentes, uma produção francesa delicada e densa, sem perder a leveza.
O drama dos diferentes – o ricaço tetraplégico refinado e o pobretão marginal e cheio de vida – é conduzido sem forçação de barra. Afinal, o desempregado Driss (Omar Sy) vai parar no papel de cuidador de Philippe (François Cluzet) porque, para quem só mantém a lucidez e os movimentos de cabeça, pouco resta além da capacidade de se aventurar.
E do encontro que tinha tudo para dar errado surge a possibilidade do aprendizado mútuo, da amizade que transforma, da abertura para a vida, para todos os envolvidos, como nenhum dos dois suspeitava que pudesse ocorrer dadas as aparentes sentenças do destino inexorável.
O roteiro e a direção de Eric Toledano e Olivier Nakache conduzem a narrativa em tom de comédia, mas o que se desenrola ali é um drama não melodramático, não apelativo, que respeita a inteligência e a emoção do espectador.
Uma delícia de filme, com belas interpretações e música envolvente! Beijos!
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