Alberto Sena e eu trabalhamos juntos no Estado de Minas, em Belo Horizonte, no meu primeiro emprego em redação de jornal. Mais experiente que eu, ele era um daqueles que tiveram paciência e camaradagem com a “foca” que, sim, eu fui… Além de ótimo profissional, um bom companheiro, que deixou saudade quando nossos caminhos se desencontraram.
Pois agora eles tornam a se encontrar, e pela literatura. Acabo de ler “Nos Pirineus da alma”, o livro que Alberto Sena escreveu sobre suas duas experiências de percorrer o Caminho de Santiago de Compostela, ambas a pé, ambas acompanhado de sua mulher, Sílvia, em dois anos consecutivos. Travestido de Bento e Tudinha, o casal experimentou as dores e delícias, os momentos mágicos e as ásperas dificuldades de empreender uma aventura como essa.
Eu já havia escrito o meu livro sobre o tema, também romanceando a experiência, que igualmente perfiz por duas vezes. Para quem esteve em tais situações, é sempre bom reviver as paisagens, os desafios, os encontros, as provações que o Caminho de Santiago inspira no viajante.
Em seu relato, Alberto Sena recorre ao olhar de repórter, mas também ao de peregrino, movido pela fé – ao contrário de mim, que investi numa leitura mais cultural e psicológica do que espiritual. Apresenta, para quem não conhece, um mundo novo, que parece coisa de literatura, não da realidade. E para quem já vivenciou tudo aquilo, seu livro, em textos e fotos, é boa oportunidade de matar a saudade.
Beijos!
Este texto de Maria Clara Arreguy Maia é um presente que me chega de Brasilia-DF. Ela também fez o Caminho, e com o olhar de jornalista e escritora, fez o belo comentário, partindo dela, profissional de primeira linha, me sinto honrado. Obrigado, Clara, forte abraço de gratidão.