Podem falar o que quiserem das novelas brasileiras, mas uma coisa é certa: temos know how em melodramas. Somos imbatíveis no ramo. Basta comparar nossas produções, por exemplo, com o filme Álbum de Família, de John Wells, com Meryl Streep e Julia Roberts disputando o Oscar, respectivamente, de atriz principal e coadjuvante. Elas de fato arrebentam, mas o filme é tão over, que acho difícil emocionar de verdade.
E não faltam situações para tal. Com uma família toda desestruturada e sem aptidão para o afeto, os embates entre mãe, filhas, tios e primos se sucedem entre gritos e espinhos, mas emoção que é bom, só mesmo com as interpretações. O texto deixa a desejar – ou “a não desejar”, como diria a Tia Neném…
Meryl Streep já perdeu as contas de quantas vezes foi indicada ao Oscar (ela não, mas eu, sim). Não é pra menos. Como a mãe viciada em bolas e com avançado câncer de boca, dá show do início ao fim do filme. O marido (Sam Shepard) se mandou. Com as filhas, não há entendimento, respeito, carinho. A irmã tem um segredo que não se pode revelar antes de ver o filme. E vai por aí afora.
As irmãs, feitas por Julia Roberts, Juliette Lewis e Julianne Nicholson, também são um espetáculo. O problema é o tom sempre acima, num texto pontuado por paroxismos, na tentativa de mostrar “a vida como ela é”. Era pra todo mundo sair chorando do cinema, mas eu só consegui ter pena de personagens tão sem nuances.
Beijus!
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