Todo mundo já havia lido e me recomendado, mas só agora pude dedicar um tempo justo ao romance “Quando Nietzsche chorou”, de Irvin D. Yalom (Pocket Ouro), um romance tão instigante como literatura quanto em seus aspectos filosóficos. Para quem se interessa pelos meandros da alma, do inconsciente, então, é um prato cheio.

O romance usa escritos do filósofo alemão Friedrich Nietzsche para recriar uma relação nada fácil entre ele e o Dr. Joseph Breuer, médico vienense contemporâneo de Freud e que teria sido quase um mestre do pai da psicanálise, iluminando seus caminhos para investigar o inconsciente e inventar uma nova ciência – ou uma nova filosofia…

O mais legal é que o autor faz isso com verdadeira trama romanesca, mergulhando nos dois principais personagens, Breuer e Nietzsche. Por meio de uma mulher impetuosa que praticamente o obriga a entrar no novelo, o médico austríaco não apenas aceita tratar a doença do alemão como tece teias para envolvê-lo. Ao final, acaba ele próprio envolvido.

É que, num estratagema para “tratar” de Nietzsche, Joseph virar paciente e amigo do filósofo, dando sequência ao tratamento das próprias obsessões, traumas e dificuldades. O romance é intrigante, divertido, profundo, informativo, um deleite. A gente sai dele sabendo mais sobre psicanálise, enxaqueca, anti-semitismo, medicina, psiquiatria, história, filosofia e muitas coisas mais…

Beijão!