Comer, rezar, amar, filme baseado no best-seller de Elizabeth Gilbert, coloca interessantes questões sobre a mulher e sua procura de felicidade. Em geral, ter um homem é condição sine qua non, na visão usual da sociedade, para que uma mulher se realize. Penso que o amor só nos faz melhores, mas que ter um homem não é condição para sermos nem felizes nem melhores seres humanos. Ser capaz do amor sem uma relação estável e convencional não só é possível como mais comum do que se mostra nos filmes e nos livros.
Na história em questão, a escritora Liz Gilbert (Julia Roberts, foto) desiste de repetir os mesmos erros amorosos com seus jovens namorados/maridos e parte em busca de si. Primeiro, pela via do prazer gastronômico, sentidos à solta, nada de anorexia: deliciosa pasta italiana, maravilhosas paisagens italianas, pessoas quentes e amorosas (homens lindos, claro!). Depois, segue para a Índia, onde meditar e se acalmar são árduas tarefas, numa cultura tão diferente da sua. Finalmente, Báli e suas praias, seu guru, seu sonhado equilíbrio.
E é aí que mora a recompensa: quando a gente faz as pazes com a gente, quando a gente se encontra com a gente, quando a gente se ama, a probabilidade de encontrar quem nos ame é muito maior. E a sortuda da Liz tromba (literalmente) com um brasileiro cheio de amor pra dar (não critiquem Javier Bardem pelo brasileiro que ele faz. É um grande ator e o sotaque é o de menos).
Ouça com deleite a trilha sonora. Vai de Neil Young a João Gilberto com harmonia e bom gosto. Um prato com sustância para quem se permite prazeres.
Beijins!
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