Ganhei do meu amigo Brizola a coleção Darcy no Bolso, edição conjunta da Fundação Darcy Ribeiro e da Editora UnB. Trata-se de uma série de 10 livros de pequeno formato, com deliciosos textos do mestre – antropólogo, etnólogo, educador, politico de uma estirpe que já não se faz mais por aqui.
Comecei a leitura pelos livros que tratam especificamente da questão indígena – Falando dos índios e Meus índios, minha gente, que trazem textos curtos, mas certeiros, sobre uma paixão do autor e um dos mais graves problemas humanos do nosso Brasil.
Deles, passei ao primeiro da série, A América Latina existe?, em que os índios aparecem novamente, mas aqui na questão macro de nosso continente.
Darcy é lúcido, lúdico, implacável nas análises, amoroso no trato com o povo brasileiro (por sinal, título de uma de suas obras-primas, assim como Maíra…).
Vejam só o que ele diz, como só ele diz, ao analisar a história de nossos países latino-americanos: “Economias nacionais voltadas para fora, convertendo o povo num proletariado externo das nações ricas, fazem dele o que é todo povo colonizado e dependente: uma merda”.
Falta ainda ler O Brasil como problema, Lembrando de mim, Revivendo o que vivi, Vida, minha vida, Jango e eu, Golpe e exílio e A volta por cima. Darcy morreu em 1997, mas graças a suas palavras de sabedoria e a uma vida de luta, permanece vivo entre nós.
Beijos!
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