“O lado bom da vida”, de David O. Russell, parece uma comédia romântica, mas é um drama sobre um portador de sofrimento mental, hoje em dia tudo banalizado como transtorno bipolar. Interessante que o cinema norte-americano dedique pouco espaço a questões de saúde mental, então é bom tratar do tema, para variar.
Como dissemos, o problema decorre da banalização das questões. Um cara sai de uma instituição psiquiátrica após meses de internação por ter atacado violentamente o amante da mulher – ele os pegou em flagrante de traição.
Com a ajuda dos pais, tenta se recompor socialmente, mas resiste aos remédios e ao tratamento. Com razão, porque a abordagem é sempre reducionista e resta pouco ao cara senão procurar por conta própria uma forma de sair do círculo vicioso de suas obsessões. Nessa procura, encontra uma amiga com quem compartilha desajustes.
É tudo superficial e anedótico, a doença do cara, o desajuste da moça, as neuras familiares, o psiquiatra indiano, o entorno. Mas dá pra pensar e rir, principalmente por causa do trabalho dos atores, que concorrem, os quatro, aos principais Oscars da categoria: Bradley Cooper (ator), Jennifer Lawrence (atriz), Robert De Niro (ator coadjuvante) e Jackie Weaver (atriz coadjuvante).
Não espere, no entanto, um final que fuja ao chavão. Chavão de ouro, como pede o romantismo do personagem principal.
Beijão!
concordo completamente com seu comentário, clara. também achei um amontoado de clichês, um esquematismo só, que não é pior porque repete os mesmos expedientes de centenas de filmes que já vimos. o que, de certa maneira, nos conforta pela familiaridade. mas não redime o tempo e a paciência que nos requisita. preferia não ter visto, apesar das ótimas atuações de alguns dos atores. abraço, miguel anunciação