Não conhecia a literatura infantil de Ignácio de Loyola Brandão, mas, como amo tudo que leio dele, não me surpreendi nem um pouco com a força e a beleza de “Os olhos cegos dos cavalos loucos” (Moderna), uma produção ousada para os padrões de livros para crianças, com capa impactante e projeto gráfico de grande formato, embora não tão ousado no estilo quase retrô das ilustrações – lindas.
A história emociona e pega pelo coração. Afinal, se trata, como confessa o autor, de um pedido de desculpas meio tardio feito pelo menino (que um dia o escritor foi) ao avô, já morto há tantos anos. A confissão de culpa pelo sumiço de algo tão caro ao velho; as reminiscências da pequena cidade na infância distante; a história poética e inspiradora da paixão do homem pelo circo de cavalinhos; o processo todo para erguer e perder tudo aquilo…
Quanta poesia, beleza e profundidade numa aparentemente simples história para crianças. Não se enganem. Não é simples nem pequena. É linda e forte.
Obrigada, Ignácio, por mais um livro seu que me marca, ensina e transforma.
Beijos!
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