Outro bom livro que li no inicinho das férias foi Putas assassinas, do chileno Roberto Bolaño. Os contos do volume possuem uma unidade tal que poderiam ser lidos como um romance de estrutura estilhaçada. Os personagens principais são em geral homens da geração do autor, que viveu o exílio político após o golpe de Pinochet, a queda de Allende e dos sonhos de esquerda no Chile. Vemos o protagonista inicialmente no México, depois na Europa, afirmando-se como escritor e enfrentando crises pessoais, familiares e profissionais que têm a política como pano de fundo. Com certo parentesco com a escrita do cubano Pedro Juan Gutierrez, Bolaño, que morreu aos 50 anos, em 2003, mergulhava na poesia e na própria literatura como temas e personagens de suas preocupações. Forte escrita, perda tão prematura.
Beijins!
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