Orelha do livro de Renato Alves, de 2016:

Nosso país e nosso tempo andam tão carentes de bom jornalismo que repórteres do nível de Renato Alves são merecedores de aplausos constantes. Afinal, graças a trabalhos como os que ele desenvolve há mais de quinze anos, a partir de Brasília e do Correio Braziliense, onde atua, leitores e toda a comunidade são beneficiados, mais que com boas informações, com a própria transformação da realidade.

Depois de brindar os leitores com “O caso Pedrinho”, extenso e profundo resumo de uma história que abalou os corações do Brasil inteiro ao longo da verdadeira novela em que se transformou, agora é a vez de Renato Alves trazer a público, em forma de livro, nova e vital reportagem em “O povo da lua”.

Aqui, como no livro anterior, o jornalista resume a série de reportagens que fez sobre uma história tocante e importante tanto do ponto de vista humano quanto em seus aspectos políticos e científicos. Trata-se do acompanhamento da pequena comunidade de Araras, no interior de Goiás, que abriga a maior concentração mundial de doentes de xeroderma pigmentoso. Mal de origem genética, o XP vulnerabiliza a pele de seus portadores, que se tornam sujeitas a todo tipo de câncer.

O que a investigação de Renato Alves revela é que, estranhamente, nunca antes da série publicada pelo Correio Braziliense aquela comunidade havia sido tratada com o cuidado, o respeito e os direitos que deveria ter tido. Nem pela comunidade científica, muito menos pelas autoridades de todas as esferas.

Comprovando o poder do jornalismo comprometido com a solução de problemas e com a vida das pessoas, o trabalho de Renato, iniciado em 2008, levou, sete anos depois, a radical mudança nas condições de vida daqueles doentes. Pesquisas, tratamentos, medicação, transporte, direitos sociais e trabalhistas são as faces da visibilidade obtida por eles a partir da mobilização iniciada pelo repórter.

“O povo da lua” traz ainda importantes registros feitos pelos repórteres fotográficos Ronaldo Oliveira e Gustavo Moreno que, junto com Renato Alves, tiveram sensibilidade, humanidade e respeito para mostrar ao Brasil a comovente história de luta e fé da comunidade de Araras.

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