Todo mundo mandou eu ir ver Um conto chinês, de Sebastián Borensztein, mas eu não tinha ido ainda por falta de tempo. Fui. Que delícia de comédia! Inteligente, sensível, bem interpretada, bem dirigida, mostra as relações quase impossíveis entre um argentino misantropo e um chinês que cai de paraquedas em Buenos Aires sem falar uma palavra de espanhol.
As diferenças de todo tipo dificultam mas não impedem a comunicação entre os dois, que se dá apesar das resistências do primeiro. Somente um arroubo de humanidade lhe permite entrar na história do rapaz, talvez pela mesma curiosidade que o leva a colecionar casos bizarros como o que unirá os dois no fim das contas.
Tocante e engraçado, o filme traz ainda momentos gloriosos, como o enfrentamento entre o mal-humorado protagonista e o policial autoritário, ou os diálogos entre ele e a mocinha, permeados por olhares e intenções não ditas. Genial. Ricardo Darín é um dos maiores atores em atividade, entre todos de todos os países. Basta rever O segredo dos seus olhos.
Um conto chinês ainda está em cartaz.
Beijocas!
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