Foto: Divulgação

Um documentário totalmente diferente dos convencionais, O homem que engarrafava nuvens, de Lírio Ferreira, conta não só a história de Humberto Teixeira, parceiro de Luiz Gonzaga em clássicos como Asa branca e Assum preto. Também narra a própria história do baião como parte da música popular brasileira e como história do Brasil.

Em viagens a regiões do Nordeste – principalmente o Ceará, onde Humberto Teixeira nasceu – e a localidades tão díspares como Mangaratiba, onde ele morou certa época, o Rio de Janeiro da década de 1950 ou a Nova York dos dias atuais, onde vive sua filha Denise Dummont, o filme mapeia influências, costura casos, mergulha em análises.

Denise Dummont, atriz brasileira hoje radicada nos Estados Unidos, é filha do compositor. Foi criada por ele, mas numa relação tão formal que, como produtora do filme, aproveitou para fazer sua psicanálise e procurar a figura do pai. Assim, num gesto de coragem, disseca com a mãe (a também atriz Margarida Jatobá, que morreu após as filmagens) a história do casal e a dela própria.

O filme já emocionaria por esses aspectos, mas o rol de canções maravilhosas que se ouvem nas vozes de Gilberto Gil, Gal Costa, Maria Bethânia, Caetano Veloso, Lenine, Chico Buarque, Elba Ramalho, Fagner, Bebel Gilberto e tantos outros também garantiria qualidade sozinha. Ao lado de Luiz Gonzaga, Humberto Teixeira (foto) representou um momento especial de realização da música popular brasileira. O homem que engarrafava nuvens faz justiça a ele e a tudo que ele significa para o Brasil.

Beijocas!

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