Márcia Tiburi é daquelas pessoas que a gente ouve e com quem consegue concordar em tudo. Dirigi uma mesa com ela na Bienal do Livro de Brasília há quase dois anos e fiquei surpresa com tamanha lucidez que demonstrava em qualquer proposta ou explicação. A filósofa gaúcha não dificulta para o ouvinte nem para o leitor. Por isso festejei a delícia que foi ler dela, agora, “Feminismo em comum – para todas, todes e todos” (Rosa dos Tempos). Márcia Tiburi é novamente incisiva, precisa, lúcida, necessária.

Os tempos que temos vivido, de intolerância e obscurantismo, requerem reflexões claras, posicionadas, como ela faz neste novo livro. Explica, por exemplo, que o feminismo não combate apenas o patriarcado, como o entendíamos antigamente. Hoje é preciso entender o patriarcado como o próprio capitalismo, fonte de todas as formas de exploração. Por isso o feminismo abarca defender não apenas as mulheres, mas os trabalhadores, os negros, as minorias, os LGBT, os diferentes de qualquer natureza, incluindo aí padrões preconceituosos de beleza que excluem “velhos”, “feios”, “gordos”, etc. etc.

Márcia Tiburi não se furta a todos os enfrentamentos que essas questões vêm tendo na contemporaneidade. Contra a militância da direita que combate a suposta “ideologia de gênero”, aponta que são eles os defensores de uma ideologia de gênero que nega a igualdade de direitos nas diferenças mais plurais. Vai fundo, sempre respeitosa e límpida. Os feministas somos os tolerantes, os includentes, o caminho para um futuro em que caibam todos.

Leiam, compartilhem! Além do mais, na minha ação de tão pequeno alcance, #euleiomulheresvivas.

Bjs!