Acabo de ler a biografia de Paulo Coelho por Fernando Morais, “O Mago”, um calhamaço de 640 páginas (Novas Páginas, selo da Novo Conceito) que me impressionou do início ao fim. Fernando Morais é craque no gênero, escreve bem, pesquisa profundamente e nos dá o personagem de forma ampla, profunda, completa. Sempre com o pano de fundo social e cultural de uma era.
Nunca fui fã de Paulo Coelho, a não ser das músicas que fez com Raul Seixas e Rita Lee, mas falar isso é tão banal que não acrescenta nada. Dele li “O Diário de um Mago” porque falava do mesmo assunto que eu no meu romance “Siga as setas amarelas”. Não gostei. Tenho preguiça de seus temas e de seu estilo. O que não me impede de admirar e até invejar o mega ultra hiper sucesso mundial que ele faz.
Já sua história pessoal rende assunto pras mais de 600 páginas sem esforço, afinal, ele viveu dores e delícias em seus quase 70 anos de trajetória, indo das dificuldades afetivas na família às internações em manicômio, com direito a eletrochoques e baba, à experiência com drogas e contracultura, catolicismo e satanismo, fracasso retumbante e sucesso estrondoso.
Algumas coisas são admiráveis na história: a pertinácia com que Paulo Coelho realizou o desejo, ideia fixa, que o perseguiu desde a infância, de ser um escritor de sucesso; os esforços que fez e faz para cultivar e cativar seu público; o resultado de todo esse trabalho, um personagem universal, planetário, poderoso, que emerge de uma figura insegura, depressiva, sofrida, fadada ao fracasso.
O livro é de consumir em poucos dias de leitura, tamanhas as emoções que ele proporciona ao leitor. Obrigada a Fernando Morais e Paulo Coelho por tamanha riqueza, sem trocadilho.
Bjs!
Olha, fiquei curiosa pra ler
essa biografia
É muito legal, Fernanda. Só não te empresto porque era emprestado e eu já devolvi… rs