Dividi com Daniel Cariello o espaço da crônica na última página da Veja Brasília entre 2013 e 2015. Alternávamos a publicação, uma quinzena um, outra quinzena outro. Assim como vou fazer ainda este ano, Daniel se adiantou e já lançou sua coletânea com essa produção. O livro “Cidade dos Sonhos – Crônicas Brasilienses” sai pelo selo próprio do autor, Longe, e reúne, além dos textos publicados na Vejinha, também outras, editadas no site Cheri à Paris e na revista MeiaUm e inéditas.
O trabalho se destaca principalmente pela forma íntima e apaixonada como o autor fala sobre Brasília, mas muito também pelo bom humor com que o faz. São casos e observações engraçados, divertidos, que falam ao coração de quem vive na capital ou a conhece, mas que dão um jeito também de apresentar a cidade a quem não tem familiaridade com gírias próprias – e oferece até um glossário, ao final, com traduções para verbetes como “camelo”, “baú” e “tesourinha”.
As crônicas, ele divide em três blocos: Tão Jovem, em que revisita a infância numa Brasília tão diferente da de hoje, em meio a superquadras despovoadas, em que tudo era novidade; Ela acordou W3, já com experiências de jovem e adulto na capital do rock oitentista; e Praia Candanga, que já incluem até as histórias da filha Louise, com a imaginação típica das crianças criativas.
A prosa de Daniel Cariello tem sabor, poesia e nostalgia. Leitura fluida, que diverte e contribui tanto para a autoestima do brasiliense quanto para esclarecer aos de fora que aqui não é, definitivamente, terra de ladrões e corruptos.
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