Foto: Divulgação

A exibição, pelo Canal Brasil, do drama Verônica, de Maurício Farias, tão próxima da estreia nos cinemas de Salve geral, de Sergio Rezende, evidencia uma qualidade de Andréa Beltrão nem sempre lembrada: a de atriz dramática. Mais conhecida pelas personagens cômicas que sempre defendeu (e bem) no cinema, no teatro e na televisão, a Marilda de A grande família e a eterna Zelda Scott, de Armação Ilimitada, apresenta nesses dois filmes recentes, ambos sobre temática policial e barra-pesada, recursos dramáticos raramente vistos nos poucos papéis do gênero, em sua carreira.

Em Salve geral a tensão era mais exterior, com mais cenas de violência explícita do que em Verônica. Neste, embora também haja perseguições e tiros, o melhor do conflito se dá na alma da personagem que nomeia o filme, uma professora primária da rede pública desgastada pela relação com as crianças, pela falta de condições de trabalho, pela penúria financeira e emocional, pela vida desvalida que leva – e sem querer condenada a se superar para cuidar de alguém ainda mais desvalido que ela.

Em interpretação forte e de poucas palavras, Andréa Beltrão conduz, ao lado do menino Matheus de Sá (foto), a narrativa cheia de sutilezas que permeia uma trama nada sutil.

Beijos e boa semana de Natal!

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