Ou melhor, não tão comédia. “Um divã para dois”, de David Frankel, emociona pela condução das dificuldades de um casal há 31 anos junto, ou seja, há tempo demais. A intimidade perdida, o carinho renunciado, o diálogo calado… Mas, para variar, apenas a mulher se dá conta, e sofre, produzindo a seu modo uma saída para a crise: pedir uma terapia intensiva. Meryl Streep dar show não é novidade pra ninguém. Tommy Lee Jones, idem. Eles são sutis, contidos, engrraçados e patéticos. Juntos, compõem o casal em desarranjo, com seus momentos cômicos mas, predominantemente, com tristeza pela quase impossibilidade de remendar o que puiu. A lição do filme, conduzida pelo comdiante Steve Carell, aqui no sóbrio papel do terapeuta, é que sim, é possível resgatar sentimentos esquecidos. Sim, tem saída. A gente mais chora que ri, mas se consola com a graça de um final redentor.
Posts recomendadosVer Todos
Delicada e forte carpintaria literária
Diferentes emoções numa impressionante coleção de contos
Silêncio! Precisamos ouvir o canto da iara
Nas alturas escarpadas da estética
Falta de pensamento e de contato com a realidade, e a canalhice de sempre
Meu mais novo amigo de infância