A cinebiografia Chico Xavier, de Daniel Filho, consegue manter o tom sóbrio e contar a história do famoso médium mineiro sem fazer apologia do espiritismo e sem detonar religiões ou crenças. É respeitosa com os personagens que aborda, bem amarrada como roteiro e bem interpretada por uma constelação de estrelas. Claro que, à frente delas, brilham os intérpretes do protagonista, Nelson Xavier, Ângelo Antônio e o menino Matheus Costa, sem falar em Tony Ramos, que se destaca em tudo que faz.
Uma cena chama a atenção: quando Chico se tranca no quarto para desembrulhar e vestir, pela primeira vez, a peruca que comprou para disfarçar a calvície. Por mais ridícula que possa parecer a qualquer um (até ao espírito que o guia!), esse lance de vaidade miúda traduz a extrema humanidade do quase mito. Isso e o senso de humor que revela em pequenas ou grandes coisas, como no momento em que receia que o avião caia, são provas de que, santo ou ícone, Chico Xavier foi um personagem rico e bom, que mudou a vida de quem teve contato com ele.
Beijocas!
Clarinha, seus textos são tão gostosos que entrei aqui e li logo uns 10. Saudade! Beijos, Mari