Eu estava com tanta vontade de ler a biografia de um cara mau, pensando em Lobão, Keith Richards ou Erasmo Carlos, que acabei lendo a do Bukowski (Vida e loucuras de um velho safado, Conrad Livros). Esse sim um bad boy. Me lembrou demais o Tim Maia, com tanta carência, tanta dificuldade afetiva e ao mesmo tempo tanto talento, tanto brilho.
Eu já sabia por alto a história do escritor norte-americano nascido na Alemanha, mas não com detalhes vívidos, já que seu autor, o inglês Howard Sounes, entrevistou todo mundo importante ligado ao poeta, das ex-mulheres à filha, do editor aos amigos e ex-amigos. E como ele os teve!
Hábil também em queimar pontes, o criador do alter ego Henry Chinaski colecionou desafetos, ao destratar, ridicularizar e humilhar publicamente pessoas de suas relações, artistas mais ou menos famosos, gente com quem eventualmente mantinha uma correspondência afetuosa mas que, pessoalmente, tratava logo de detonar.
Um festival de grosserias e violências revela mais a fragilidade emocional de Bukowski. Ao mesmo tempo, foi prolixo em criações radicais, em que expôs a alma – sua e de uma América apodrecida -, uma poesia e uma prosa únicas na literatura do século XX.
Não adianta querer confundi-lo com os beatniks ou com outros movimentos. Em dezenas de livros, entre os quais seis romances (geniais, como Cartas na rua, Misto quente e Mulheres, e outros nem tanto), Bukowski fez uma obra sem par, eviscerada, forte e franca como os socos que gostava de trocar durante porres homéricos.
Um cara bem mau.
Beijocos!
taí um livro que terei prazer em ler! grande Bukowski, tremendo filho da puta, no bom sentido!
beijo, Clarinha!
E o Lobão metendo o pau no Chico, Caetano, Gil, e por aí vai. Eu, particularmente o achei um babaca, e desonesto intelectualmente, falando coisas sem embasamentos fatuais. Que que você pensou?
Wá