Maria Bethânia dá provas, a cada temporada, de ser uma artista especial no panorama da MPB e da música popular contemporânea além-fronteiras. São novos projetos a cada ano, sempre com conteúdo, beleza e profundidade. Desta vez, buscou em Cuba a grande dama da canção daquele país, Omara Portuondo, para dividir com ela um disco e um show que está escursionando pelo Brasil. Tenho o CD e tive o privilégio de assistir ontem ao show, aqui em Brasília. Que magnitude! Com a generosidade já conhecida, Bethânia, que respeitosamente só chama a cubana de Dona Omara (esta, por sua vez, devolve chamando a brasileira apenas de Maria), brilha e faz brilhar, brilha e abre espaço para que a platéia daqui descubra uma voz ainda potente e cativante do alto de seus 77 anos. Quanto carisma têm as duas! Ao final de 27 números e bem mais canções – há várias em pot-pourri -, entre lágrimas, sorrisos e arrepios, ninguém sai como entrou. Um momento raro de encontro de culturas, de história dos ritmos de lá e cá, de deslumbramento.

Beijos!