Também da série da Conceito, o volume “Serra do Curral”, de Luís Giffoni, é um dos mais belos e importantes relatos de BH. A cidade de cada um. Pela importância da “homenageada” na vida, na saúde, no bem-estar, no imaginário, na poesia dos belo-horizontinos.

Giffoni escreve bem como poucos. E ama a Serra do Curral tanto, que desde menino se permitia o desafio de escalá-la, contra os riscos e perigos de uma época em que não havia celular nem sinais de fumaça para um pedido de resgate – caso necessário.

No livro, o escritor conta toda a história geológica, científica, pré-histórica da formação rochosa que emoldura Belo Horizonte, com riqueza de informações técnicas, porém sem nunca se tornar cansativo ou difícil. Tudo claro e límpido como as águas dos riachos que cortam a nossa amada serra.

Depois, a narrativa vai para a ocupação humana, a chegada de gente ao seu sopé, a cobiça e a exploração que suas riquezas minerais despertam há 300 anos. E tome mineração, especulação imobiliária, desmatamento, degradação.

Numa visita ao Parque das Mangabeiras – que refiz tão logo terminei a leitura, quanta beleza, gente! -, Giffoni descreve fauna, flora, acidentes geográficos, toda a riqueza natural que, ao final, conclama a preservar, para não legarmos aos nossos netos e bisnetos somente descaso, descuido, desprezo pelo que temos de mais belo em nossa cidade.

Amei o livro, amo cada vez mais nossa Serra do Curral, nosso parque, nossas cascatas, quatis, passarinhos e borboletas. Vamos protegê-los para o futuro?

Beijocas!