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Interessante a coincidência entre o post anterior, sobre o filme As melhores coisas do mundo, de Laís Bodanzky, e este, sobre o Sonhos roubados, de outra diretora brasileira, Sandra Werneck (Cazuza – O tempo não para). Ambas cineastas mulheres e brasileiras, ambas tratam em seus novos trabalhos do universo do adolescente. Só que, enquanto Laís fica num colégio particular de classe média, num ambiente de bairro tipicamente classe média, com questões bem classe média, Sandra volta suas lentes para a favela. São moças pobres as jovens que ela acompanha, com igual carinho. E as questões diferem fundamentalmente.

No filme de Sandra Werneck, três meninas enfrentam gravidez precoce, abuso sexual dentro de casa, prostituição, escola constantemente sem aula, falta de dinheiro e de soluções para o básico. Não que não haja soluções – elas as fazem a seu modo, submetendo o próprio corpo e os próprios desejos em troca da subsistência física e psíquica.

Nanda Costa (que faz a Soraia na novela Viver a vida) encabeça o elenco com uma garra impressionante. Ao lado dela, jovens atrizes contracenam com Marieta Severo, Daniel Dantas e Nelson Xavier, entre outros atores tarimbados. MV Bill (na foto com Nanda) estreia como ator e não desaponta. O filme joga luz sobre os sonhos de uma geração em que são poucos os motivos para ter esperança. Mesmo assim as meninas perseveram. Aos trancos e barrancos, mas seguem em frente.

Beijos!