O filme “As Sufragistas”, de Sarah Gavron, é tão bom quanto importante. Bom, por concentrar em emoção e informações a luta das mulheres britânicas pelo direito ao voto. A partir da história de uma operária, Maud Watts (Carey Mulligan), acompanhamos um momento crucial dessa luta, quando as militantes resolvem radicalizar o movimento e partir para ações de confronto.

Maud entra para a luta por acaso, depois de substituir uma colega num depoimento ao parlamento. Ao contar sua história para os deputados, a própria fala a leva a se ouvir e abrir os olhos da consciência. Maud não será mais a mesma, entrando por isso em confronto com patrões, marido e amigos, e até perdendo a guarda do filho, que tanto ama.

Tudo pela radicalidade da repressão do Estado, por meio da polícia, das leis, da representação e das empresas. Tudo concorre para eternizar a opressão, tudo empurra as sufragistas à ação violenta. Como diz Maud ao inspetor de polícia, os homens só entendem essa linguagem…

Meryl Streep faz uma pequena participação como a líder maior do movimento. Helena Bonham-Carter tem papel de destaque. O elenco, a reconstituição de época, a música, tudo faz de “As Sufragistas” uma bela obra de arte. Por isso importante: por conduzir com maestria a trajetória de conscientização, a necessidade da luta.

Beijocas!