Acabou que uma série de fatores me permitiu ver alguns dos filmes do Oscar deste ano, inclusive o vencedor, “Spotlight”, que já comentei neste blog como um dos mais importantes da safra recente.
Outro que assisti e que estava na disputa foi “A Grande Aposta”, de Adam McKay. O filme ganhou Oscar de roteiro adaptado e com justiça. Trata-se de uma história sobre a crise econômica iniciada em 2008, com o estouro da bolha imobiliária nos Estados Unidos, e com consequências até hoje em todo o mundo.
Com o didatismo necessário – em certo momento até um chef de cozinha é chamado a ajudar nas explicações -, conta como a crise se deu quando um tipo de investimento negociado na bolsa de valores como quente estourou porque era composto de papéis de poucas garantias. Diferentes grupos de pessoas ligadas ao mercado de ações percebe antes da hora que aquilo ali iria dar errado e aposta contra o mercado, ou seja, aposta que vai dar merda. E dá. E eles ficam ricos.
Muita gente não entende o filme porque explica meio rapidamente coisas como subprime e outras. Acho que fica claro que o mercado é feito por gente, inclusive gente venal e irresponsável. As agências de classificação de risco, por exemplo, tidas como oráculos do mercado, a rebaixar o Brasil todo dia, são mostradas como o que de fato são: suscetíveis a pressões dos donos do dinheiro, capazes de segurar valores irreais se isso interessar aos patrões, um ente tão confiável quanto qualquer negociante de esquina. Ou de Wall Street. Apostas…
Além do mais, o filme tem ritmo, elenco de primeira grandeza, senso de humor. Gostei!
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