Antes que toque a meia-noite – memórias de uma professora
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Antes que toque a meia-noite – memórias de uma professora, de Maria da Glória d’Ávila Arreguy, narra a trajetória de vida de uma mestra e mãe de família. Mais que isso, relata a experiência de quem foi aluna da Escola de Aperfeiçoamento entre 1929 e 1931. Inteligência versus decoreba, criatividade versus obediência cega, coletividade versus individualismo, pluralidade versus elitismo – esses foram alguns dos pilares propugnados pela Escola Nova e defendidos por D. Glorinha nas escolas por onde passou, nas funções que exerceu, como regente de classe, orientadora e diretora. Esta terceira edição busca honrar a defesa da educação inclusiva e revolucionária pela qual D. Glorinha e sua descendência sempre lutaram.
GTIN: 9786588256213
NMC: 4901.99.00
Edição: 1ª Edição
Data de publicação: 14/02/2022
Tipo de produto: Livro brochura (paperback), Com orelhas
Conteúdo do produto: Texto
Número de páginas: 204
Descrição do Público-alvo: Jovens e Adultos
Segmentação: Geral
Maria da Glória d’Ávila nasceu em 1895, mesmo ano que o marido, João Etienne Arreguy. Casaram-se em 1915, tiveram 12 filhos, dos quais nove chegaram à vida adulta. Filha de uma família numerosa, que perdeu a mãe cedo, Glorinha ajudou o pai a acabar de criar os filhos dele, seus irmãos, além de sobrinhos que ainda pequenos também perderam a mãe. O pai era juiz de Paz e se mudava constantemente de cidade, do norte ao sul de Minas Gerais, em geral empurrado por conflitos políticos.
Todo esse universo de crianças a cuidar, de lares a administrar, de viagens e mudanças a providenciar não lhe roubou o sonho de ser professora. Após estudar com bolsa no Colégio Providência, de Mariana, iniciou a carreira no magistério em Caratinga, onde vivia a família do marido. O exercício da profissão também a levou a diversas transferências de cidade, mas o fato mais importante nessa trajetória se deu em 1929, quando assumiu os riscos de cursar a Escola de Aperfeiçoamento, instalada naquele ano em Belo Horizonte.
O governo mineiro investia, naquele ano, na renovação do ensino, em busca de novos ares para a educação. O contato com professores estrangeiros, entre os quais a russa Helena Antipoff, com métodos e princípios revolucionários, permitiu que D. Glorinha encontrasse sua maior vocação: mais que alfabetizadora, a de formadora de cidadãos. Durante dois anos a jovem mestra teve a coragem de deixar a família em Itabirito, aos cuidados do marido e da inseparável filha-irmã-ajudante-mãe-preta, Isaulina, para se dedicar ao curso que introduziria em Minas a chamada Escola Nova.
Inteligência versus decoreba, criatividade versus obediência cega, coletividade versus individualismo, pluralidade versus elitismo – esses foram alguns dos pilares propugnados pela Escola Nova e defendidos por D. Glorinha nos grupos escolares e nas cidades por onde passou, nas funções que exerceu, como regente de classe, orientadora e diretora.
Com ela à frente, os estudantes passaram a fazer excursões pra conhecer a natureza, a produção industrial e agrícola, lugares, profissões; as escolas passaram a plantar hortas e alimentar melhor seus alunos com os produtos saídos do trabalho prático que integrava a boa saúde ao aprendizado; as instituições aderiram à arrecadação de fundos junto à comunidade para viabilizar projetos como a montagem de feiras e exposições; o ensino aos poucos saía de uma bolha retrógrada e repressora para melhorar a vida de todos.
Claro que toda essa revolução não se deu sem resistência da “escola velha”. Muitos foram os percalços enfrentados por D. Glorinha, principalmente por parte de diretoras desacostumadas de um pensamento aberto e receptivo a tanta novidade. Ela quase não falava disso, mais interessada em relatar as possibilidades descortinadas e os sucessos obtidos do que em remoer velhas mágoas.
Aposentada e vencida pelos seguidos problemas de saúde, D. Glorinha foi instada pelo primogênito, João Etienne Filho, a narrar essa incrível trajetória. Saiu, assim, nos anos 1960, Memórias de uma professora, revisada por ela anos depois, já idosa e com os movimentos limitados por uma hemiplegia causada por um tumor na cabeça. A ideia era uma reedição, que só foi ser possível em 1995, 14 anos após seu falecimento, em 1981. Para a ocasião, a celebração do centenário de João Etienne (pai) e Glorinha, o livro ganhou novo título: Antes que toque a meia-noite.
Agora, em 2022, a família volta a investir numa reedição, que une os dois títulos e agrega dois anexos, um histórico, sobre a Escola de Aperfeiçoamento, feito pela neta Cristiana Arreguy, e um testemunho pessoal sobre a implantação da Escola Nova na prática, pela filha Maria do Carmo Arreguy Corrêa. O motivo da terceira edição? A defesa da educação inclusiva e revolucionária pela qual D. Glorinha e sua descendência sempre lutaram.
Clara Arreguy, jornalista, escritora e editora
Autor(a) ,
Maria da Glória d'Ávila Arreguy
Maria da Glória d’Ávila nasceu em Minas Novas (MG) em 1895, mesmo ano que o marido, João Etienne Arreguy. Casaram-se em 1915, tiveram 12 filhos, dos quais nove chegaram à vida adulta. Filha de uma família numerosa, que perdeu a mãe cedo, Glorinha ajudou o pai a acabar de criar os filhos dele, seus irmãos, além de sobrinhos que ainda pequenos também perderam a mãe. Professora durante 30 anos, integrou a primeira turma da Escola de Aperfeiçoamento, criada pelo governo de Minas Gerais em 1929 para renovar o ensino no estado. Lá foi aluna de Helena Antipoff e Edouard Claparède, além de outros pioneiros da educação inclusiva e da chamada Escola Nova. Matriarca de uma família de professores, jornalistas e artistas, Glorinha morreu em Belo Horizonte em 1981.
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